Ternura
Eu te amo
com a ternura das mães
que embalam
os filhos pequeninos.
E te amo sem
desejos.
Perto de ti
meus sentidos desaparecem.
Meu corpo
tem castidades de santa e de menina.
Quando falas
nenhuma sobra se interpõe entre nós dois
Fico presa à
palavra de tua boca
e à palavra
de teus olhos.
Nada existe
fora de nós. Longe de nós...
Tu és o
Princípio e o Fim. O Tempo e o Espaço
Cada palavra
tua mais espiritualiza
o meu
sentimento e a minha ternura.
Tenho
vontade de que meus braços se transformem
num grande
berço,
para embalar
teu sono de homem triste.
Nenhuma
estrela brilha mais clara que os teus olhos
na minha
alma,
e que a tua
palavra no meu coração.
Nenhum homem
foi amado com tanta pureza sem pecado,
nem tanta
adoração!
Nenhuma mulher
vestiu de tanta castidade
seu corpo e
sua alma,
para a
tristeza de um amor que quer viver,
e quer
morrer.
(poetisa
gaúcha nascida faz hoje 111 anos)
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