Não Te
Rendas Jamais
Procura
acrescentar um côvado
à tua
altura. Que o mundo está
à míngua de
valores
e um homem
de estatura justifica
a existência
de um milhão de pigmeus
a navegar na
rota previsível
entre a
impostura e a mesquinhez
dos
filisteus. Ergue-te desse oceano
que dócil se
derrama sobre a areia
e busca as
profundezas, o tumulto
do sangue a
irromper na veia
contra os
diques do cinismo
e os
rochedos de torpezas
que as
nações antepõem a seus rebeldes.
Não te
rendas jamais, nunca te entregues,
foge das
redes, expande teu destino.
E caso
fiques tão só que nem mesmo um cão
venha te
lamber a mão,
atira-te
contra as escarpas
de tua
angústia e explode
em grito, em
raiva, em pranto.
Porque desse
teu gesto
há de nascer
o Espanto.
(poeta
carioca)
Poema dedicado à minha filha, no dia do aniversário.
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