Pára-me de
repente o pensamento
Pára-me de
repente o pensamento
Como que de
repente refreado
Na doida
correria em que levado
Ia em busca
da paz do esquecimento.
Pára
surpreso, escrutador, atento,
Como pára um
cavalo alucinado
Ante um
abismo súbito rasgado.
Pára e fica,
e demora-se um momento.
Pára e fica,
na doida correria.
Pára à beira
do abismo, se demora.
E mergulha
na noite escura e fria.
Um olhar de
aço, que essa noite explora.
Mas a espora
da dor seu flanco estria,
E ele galga
e prossegue sob a espora...
(poeta
portuense nascido a 31 de Julho de 1872)
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