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segunda-feira, julho 11, 2016

Cala

Perguntei à minha vida:
- “Como achar a apetecida
felicidade absoluta?”
E um eco me disse:
- “LUTA!”

Lutei. - “Como hei de a esta pena
dar a cadência serena
que suaviza, embala e encanta?”
O eco, então, me disse:
- “CANTA!”

Cantei. - “Mas, como, num verso,
resumir todo o universo
que em mim vibra, esplende e clama?”
então, o eco me disse:
- “AMA!”

Amei. - “Como achar agora
a alma simples que eu pus fora
pelo prazer de buscá-la?”
O eco, então, me disse:
- “CALA!”

Calei-me. E ele, então, calou-se.
Nunca a vida foi tão doce…
Tudo é mais lindo a meu lado:
Mais lindo, porque calado.


(poeta paulista falecido faz hoje 47 anos)

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