Cala
Perguntei à
minha vida:
- “Como
achar a apetecida
felicidade
absoluta?”
E um eco me
disse:
- “LUTA!”
Lutei. -
“Como hei de a esta pena
dar a
cadência serena
que suaviza,
embala e encanta?”
O eco,
então, me disse:
- “CANTA!”
Cantei. -
“Mas, como, num verso,
resumir todo
o universo
que em mim
vibra, esplende e clama?”
então, o eco
me disse:
- “AMA!”
Amei. -
“Como achar agora
a alma
simples que eu pus fora
pelo prazer
de buscá-la?”
O eco,
então, me disse:
- “CALA!”
Calei-me. E
ele, então, calou-se.
Nunca a vida
foi tão doce…
Tudo é mais
lindo a meu lado:
Mais lindo,
porque calado.
(poeta
paulista falecido faz hoje 47 anos)
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