Flor de
lapela
Pequeno ser
Que deu
prazer,
E ao cabo,
num ocaso descorado,
Jaz no
passeio, abandonado,
Sem mágoa e
sem memória.
Não é
diversa a trajectória
Das flores
maiores que somos nós
Exibe-nos a
Vida na lapela; a glória
Dura o que
dura uma manhã de sol. Após,
Esgotada a
cor, extinto o perfume,
A mão que
nos colheu lança-nos fora,
Pra que nos
leve a carroça do estrume
Que vem na
madrugada,
Ou, se
chover, nos leve a enxurrada
Flor ou
bicho
Ou criatura,
Tudo é lixo
Na sepultura.
(poeta
português falecido em Lourenço Marques faz hoje 57 anos)
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