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segunda-feira, maio 16, 2016

Crepúsculo

A tarde e o silêncio...
Janelas fechadas,
vidraças coloridas
no crepúsculo vermelho, pérola e violeta.
Gritos roucos de buzina,
apitos longínquos de fábricas,
murmúrio de vozes,
aéreo murmúrio indeciso.
Os grilos começam a trilar.
Calaram-se as cigarras
nas árvores pesadas...
Outra vez
a tarde e o silêncio...

Nas ruas compridas
dança a poeira dourada do crepúsculo.
Quando virás? Ainda voltarás?
Ah! ninguém sabe como é lindo o crepúsculo
quando há lágrimas nos olhos!

A tarde e o silêncio...
Dança a poeira nas ruas compridas.
A noite cai sobre as árvores pesadas...


(poeta carioca nascido a 16 de Maio de 1893)

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