1º. MAIO
Há Maio em
cada rosto
em cada
olhar
que passa
pelo asfalto da Avenida
Há Maio em
cada braço
que se ergue
há Maio em
cada corpo em cada vida
Há Maio em
cada voz
que se
levanta
há Maio em
cada punho que se estende
há Maio em
cada passo
que se anda
há Maio em
cada cravo que se vende
Há Maio em
cada verso
que se canta
há Maio em
cada uma das canções
há Maio que
se sente
e contagia
no sorriso
feliz das multidões
Há Maio nas
bandeiras
que flutuam
e mancham de
vermelho
o céu de
anil
Há Maio de
certeza
em cada
peito
que sabe
respirar o ar de Abril
Mas há Maio
sobretudo
no poema
que se
escreve sem ler o dicionário
porque Maio
há-de ser
mais do que
um grito
porque Maio
é ainda necessário
Canto Maio e
se canto
logo existo
que o meu
canto de Maio é solidário
com o canto
que escuto
e em que
medito
e que sai da
boca do operário
Fernando Peixoto
(poeta
portuense)
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