Desaparecido
Sempre que
leio nos jornais:
«De casa de
seus pais desapareceu...»
Embora sejam
outros os sinais,
Suponho
sempre que sou eu.
Eu,
verdadeiramente jovem,
Que por
caminhos meus e naturais,
Do meu
veleiro, que ora os outros movem,
Pudesse ser
o próprio arrais.
Eu, que
tentasse errado norte;
Vencido,
embora, por contrário vento,
Mas
desprezasse, consciente e forte,
O porto do
arrependimento.
Eu, que
pudesse, enfim, ser eu!
- Livre o
instinto, em vez de coagido.
«De casa de
seus pais desapareceu...»
Eu, o feliz
desaparecido!
(Carlos
Queirós nasceu a 5 de Abril de 1907)
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