Coqueiro
Ali, na rua
do Carmo
um coqueiro
ficou abandonado
quando
destruíram a casa velha
a que deu
sombra.
E onde um
par enamorado
teve sonhos
de Amor,
nesse pedaço
de Luanda antiga
agora
modernizada.
E o coqueiro
ligado à terra,
tombado na
direcção
da Rua da
Pedreira,
como filho
nos maternos braços
ali ficou.
Talvez para
saudar alguém
que muito
sofreu e amou...
Mas tudo
acaba e o tempo
tudo anda a
destruir,
- porque
tudo é passageiro,
quando se
vive a mentir.
Ó pincelada
verde na cidade,
ruina e gótica
coluna
de mármore
verde...
Morre,
coqueiro morre,
Antes que os
homens, tão maus,
cometam a
crueldade
de te
expulsar e matar.
Morre de
pura saudade...
E perdoa,
mas sofre como um homem,
coqueiro das
verdes palmas,
porque tudo,
afinal, na vida, é triste
quando se
matam almas...
(poeta
constanciense nascido a 22 de Abril de 1900)
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