Porque nasci
ao pé de quatro montes
Porque nasci
ao pé de quatro montes,
Por onde as
águas passam a cantar
As canções
dos moinhos e das pontes
Ensinarem-me
as águas a falar…
Eu sei a
vossa língua, água das fontes…
Podeis falar
comigo, águas do mar…
E ouço à
tarde, os longínquos horizontes,
Chorar uma
saudade singular…
E porque
entendo bem aquelas mágoas,
E compreendo
os íntimos segredos
Da voz do
mar ou do rochedo mudo,
Sinto-me
irmão da luz, do ar, das águas,
Sinto-me
irmão dos íngremes penedos,
Sinto que
sou Deus, pois Deus é tudo…
(poeta
altense falecido faz hoje 63 anos)
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