As Velhas
Elas nos
olham, mas não vêem nada.
Sua vida é a
que foi, muito lá atrás.
São quase
máscaras, mascando o nada,
E em seus
olhos há um charco, não a paz.
Como em
molduras, nas janelas, duras,
São
pré-retratos, mas dirão: de quem?
Fitam o amor
e a fúria, aves obscuras
No
batente-poleiro que as sustém.
Sabem, no
quarto escuro que é o seu dia,
Que não são
deste mundo. A sua voz,
Se
existisse, a nós, sãos, perguntaria
Se
porventura sê-lo-emos nós.
(poeta
carioca que hoje faz 53 anos)
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