Gárgula
Gárgula.
Por dentro a
chuva que a incha, por fora a pedra misteriosa
que a mantém
suspensa.
E a boca
demoníaca do prodígio despeja-se
no caos.
Esse animal
erguido ao trono de uma estrela,
que se
debruça para onde
escureço.
Pelos flancos construo
a criatura.
Onde corre o arrepio, das espáduas
para o
fundo, com força atenta. Construo
aquela massa
de tetas
e unhas,
pela espinha, rosas abertas das guelras,
umbigo,
mandíbulas.
Até ao centro da sua
árdua talha
de estrela.
Seu buraco
de água na minha boca.
E
construindo falo.
Sou lírico,
medonho.
Consagro-a
no banho baptismal de um poema.
Inauguro.
Fora e
dentro inauguro o nome de que morro.
(Herberto
Hélder faleceu faz hoje 1 ano)
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