Crepúsculo
O mar âmbar
morrediço de mais um dia
que se dilui
na dureza inexpugnável da penumbra,
traz o
encanto e a magia,
traz um
manto feito sombra.
A manhã nova
que já se aguarda
nada mais
traz na sua farda
que outro
dia e outro "amor",
e outro sol
e outra dor,
e outra
conquista pelo ser maior
que na sua
empresa,
mais perde
de vista
a Natureza.
Humanidade
perdida,
a quem
ciclicamente a paz é concedida
no intervalo
precendente a cada açoite;
Humanidade
arrefecida,
que deste o
teu poder aos deuses da vida
e que agora
gelas no medo da noite.
Ah! A manhã
nova que já se oferece
que nada
mais traz, em que nada acontece,
é a nova era
de um novo mesmo,
em que outra
farsa, em que outro sismo,
em que outro
céu, em que outro abismo,
nos
envolverá na certeza
que mais
perde de vista
a Natureza.
O mar âmbar
morrediço de mais um dia
que se dilui
na dureza inexpugnável da penumbra,
traz o
encanto e a magia,
traz um
manto feito sombra...
Rui Diniz
(poeta
almadense que hoje faz 37 anos)
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