Maquinomem
O homem
esposou a máquina
e gerou um
híbrido estranho:
um
cronômetro no peito
e um dínamo
no crânio.
As hemácias
de seu sangue
são redondos
algarismos.
Crescem
cactos estatísticos
em seus
abstratos jardins.
Exato
planejamento,
a vida do
maquinomem.
Trepidam as
engrenagens
no esforço
das realizações.
Em seu
íntimo ignorado,
há uma
estranha prisioneira,
cujos gritos
estremecem
a metálica
estrutura;
há reflexos
flamejantes
de uma luz
imponderável
que
perturbam a frieza
do blindado
maquinomem.
(poetisa
paranaense falecida faz hoje 12 anos)
Um retrato de alguns - muitos - homens, nestes tempos de desumanização...
ResponderEliminarPoema muito interessante!
(e gostei da "cara lavada" do blogue, em verde pré-primaveril :-)))) )
Não conhecia!
ResponderEliminarObrigado pela partilha.
Boa semana e um beijinho.