Nada além
Sinto nas
narinas a aridez do campo
e na alma a
solidão
das almas
inda puras.
Ouço o grito
plangente das aves
palmilhando
a palha seca
e a agonia
muda dos seres já perdidos
aguardando,
inocentes,
o marco
cruel da extinção.
E me
pergunto:
O que faço
aqui?
Vim
destinado para ver o fim?
Ou apenas
cruzo,
de raspão,
pela eternidade,
sem qualquer
motivo?
Sendo nada
além do que
um passante
distraído,
que nada
mais tem a fazer,
senão orar e
pedir perdão
pela
inutilidade de viver.
(escritor
gaúcho que hoje faz 80 anos de idade)
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