Rosa Única
As ervas
crescem agora
Em todos os
crepúsculos onde antes sorrias.
As ervas ou
o esquecimento. Tudo igual.
Entre minha
dor e o teu silêncio
Há uma rua
pela qual caminhas lentamente.
Há coisas
que não digo porque certas palavras
São como
embarcar em intermináveis viagens.
Para o meu
amor sempre terás vinte anos.
Ainda que eu
cante nos teus olhos sempre haverá água limpa.
E, para
sempre,
Meu amor te
circunda de cristal.
Podes morrer
mil vezes.
Imutável em
meu canto estais.
Posso
esquecer-te,
Mas,
esquecida, resplandecerás.
Que são os
vagalumes
Senão
remotas luzes
Que, no
passado, amadores incendiaram?
Que são
senão carvões
de fogueiras
que perduram,
até que tuas
faces e bocas se rompam?
Te digo que
nem o orvalho
com teu
rosto se atreverá
Não
envelhecerá a moça
que,
reclinada em meu sangue,
Um dia olhou
uma rosa até fazê-la eterna.
Agora a Rosa
eterna está.
Eu a
distingo como única,
perfeita,
nos jardins.
Pelas
montanhas e encostas
buscam por
elas os índios.
Só meus
olhos que teus olhos viram,
Podem ver.
(escritor
peruano falecido faz hoje 32 anos)
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