A Ponte
Verte em mim
beijos de orvalho
E virá a madrugada
Pelo
espírito desperto.
Adorna a fronte curvada
Com louro,
para que eu veja,
Mesmo sorrindo em dor, minha sombra
coroada.
Embora a
cabeça penda,
Teus pés, calçados de esp’rança,
Passam e são
eloquentes
No modo em que o passo avança.
Algures na
relva se fundem
Com aquela parte de mim que outros
sentidos alcança.
Sejamos
sempre os amantes
Longe da carne, a ceder,
Amantes de
um modo novo
Onde não há fala ou ver.
Vagos assim
nosso amor
Não nosso já, tão-só um hálito do
Puro Ser.
(Fernando
Pessoa faleceu faz hoje 80 anos)
Poema com Pessoa dentro.
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