Poema de
amor
quando eu
voltar a ver a luz do sol que me negam
amor
iremos
de paz
vestidos
entretecer
um sorriso de flores e frutos
abraçados
por
caminhos-serpentes ágeis
trepando dos
montes às estrelas
e aos sonhos
cintilantes
iremos
cantando
também, cantando
todas as
canções que sabemos e não sabemos.
quando eu
voltar a ver a luz do sol que me negam
amor
iremos
pois iremos
breves chorar
nas
sepulturas sem fim dos homens sem fim
que partiram
assim
sem óbito
nem combaditocua
sem
esperança da luz do sol que nos negam
iremos, amor
dizer-lhes
voltei e
voltamos
porque nos
amamos
e amamos
as
sepulturas sem fim dos homens sem fim.
quando eu
voltar a ver a luz do sol que me negam
lábaros
erguidos:
- a
liberdade é fruto da colheita -
amor
iremos
colher
maçarocas e cores
aos mortos
ofertar ressurreição e flores
aos vivos a
pujança da nossa vida
amor
iremos
desenhar no
papel celeste um arco-iris
para nosso
filho brincar:
chuva vem
chuva vai
senhora da
conceição
chuva pra
lavra do pai
manda sol
não
iremos, sim,
amor iremos
quando eu
voltar
- as
grilhetas desfeitas -
e cingidos
faremos
a vida
irrefragável medrar
na dádiva
serena das colheitas
no pipilar
dos pássaros maravilhados
no caminhar
dos homens regressados
nos hossanas
das chuvas na terra renascida
nos
confiantes passos da gente decidida
amor.
vestirá a
terra fímbria de nova cor
de beijos e
sorrisos a vida teceremos
e entre
algodoais sem fim
e batuques
de alacre festim
iremos
amor.
(poeta
angolano nascido faz hoje 91 anos)
Que vivam as paixões
ResponderEliminarAbraço