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sábado, setembro 26, 2015

Êxtase

mesmo que seja imprescindível chorar
guardarei comigo a marca do sorriso
registrada no sonho
para que o choro seja inaudível

mesmo que seja inaudível o riso
guardarei comigo o timbre do choro
na internet da memória
para que a tristeza seja invisível

mesmo que seja inevitável ouvir
guardarei comigo o silêncio das horas
retendo no imenso de mim
porta-jóia de intensa saudade

mesmo que seja inesquecível o teu amor
farei de conta que nada existe
mas cá dentro guardarei
palavras gestos carinhos e desejos

no êxtase da palavra lembrada
flutuo nas ondas do som
dimensão mística me transcende
ouço o inaudível apesar de tudo

e além de mim


(poetisa mineira que hoje faz 75 anos)

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