Conjugação
Para o A.
Cruzeiro Seixas
A construção
dos poemas é uma vela aberta ao meio
e coberta de bolor
é a
suspensão momentânea dum arrepio num dente
fino
Como Uma
Agulha
A construção
dos poemas
A CONS
TRU
ÇÃO DOS
POEMAS
é como matar
muitas pulgas com unhas de oiro azul
é como amar
formigas brancas obsessivamente junto
ao peito
olhar uma
paisagem em frente e ver um abismo
ver o abismo
e sentir uma pedrada nas costas
sentir a
pedrada e imaginar-se sem pensar de repente
NUM TÚMULO EXAUSTIVO.
(poeta
lisboeta nascido a 1 de Agosto de 1928)
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