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sábado, agosto 01, 2015

Conjugação 
Para o A. Cruzeiro Seixas

A construção dos poemas é uma vela aberta ao meio
             e coberta de bolor
é a suspensão momentânea dum arrepio num dente
             fino
Como Uma Agulha

A construção dos poemas

A CONS
TRU
ÇÃO DOS
POEMAS

é como matar muitas pulgas com unhas de oiro azul
é como amar formigas brancas obsessivamente junto
             ao peito
olhar uma paisagem em frente e ver um abismo
ver o abismo e sentir uma pedrada nas costas
sentir a pedrada e imaginar-se sem pensar de repente

                            NUM TÚMULO EXAUSTIVO.


(poeta lisboeta nascido a 1 de Agosto de 1928)

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