Cacida da
Mão Impossível
Não quero
mais que uma mão,
mão ferida,
se possível.
Não quero
mais que uma mão,
inda que
passe noites mil sem cama.
Seria um
lírio pálido de cal,
uma pomba
atada ao meu coração,
o guarda que
na noite do meu trânsito
de todo
vetaria o acesso à lua.
Não quero
mais que essa mão
para os
diários óleos e a mortalha de minha agonia.
Não quero
mais que essa mão
para de
minha morte ter uma asa.
Tudo mais
passa.
Rubor sem
nome mais, astro perpétuo.
O demais é o
outro; vento triste
enquanto as
folhas fogem debandadas.
(poeta
andaluz assassinado faz hoje 79 anos)
Tradução de
Oscar Mendes
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