Vigília
E nunca
nunca mais poder
falar a
taça, o casco, a coisa
que partiu o
vidro, inútil
peso das
imagens de ontem.
Nenhuma
destruição de linho
poderá dizer
a cor da rosa
que esmaga
na pupila fechada
o triunfo da
luz de um clarim.
Nunca mais
isto poder dizer,
não poder
dizer pelo avesso
a ternura da
pele clara,
os lábios,
os sulcos, o beijo, o ventre,
os corpos ao
assalto; e depois
não poder
nunca repetir!
(poeta
catalão que hoje faz 70 anos)
Tradução de Egito
Gonçalves
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