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terça-feira, junho 30, 2015

Deixai os doidos governar entre comparsas

Deixai os doidos governar entre comparsas!
Deixai-os declamar dos seus balcões
Sobre as praças desertas!
Deixai as frases odiosas que eles disserem,
Como morcegos à luz do Sol,
Atónitas baterem de parede em parede,
Até morrerem no ar
Que as não ouviu
Nem percutiu
À distância da multidão que partiu!
Deixai-os gritar pelos salões vazios,
Eles, os portentosos mais que os mares,
Eles, os caudalosos mais que os rios,
O medo de estar sós
Entre os milhares
De esgares
Reflectidos nos colossais
Cristais
Hílares
Que a sua grandeza lhes sonhou!


(poeta português falecido em Lourenço Marques faz hoje 56 anos)

1 comentário:

  1. Profundo este poema que eu não conhecia!
    Muito obrigado Lino por me dar a conhecer.

    Lamento não estar mais presente na net para poder comentar as suas publicações, mas não me é possível.

    Beijinho Lino, uma boa semana.
    Adélia

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