Arte
Poemas são
palavras e presságios,
pardais
perdidos sem direito a ninho.
Poemas casam
nuvens e favelas
e se
escondem depois no próprio umbigo.
Poemas são
tilápias e besouros,
ar e água à
beira de anzóis e riscos.
São begônias
e petúnias,
isopor ou
mármore nas colunas,
rosas
decepadas pelas hélices
de vôos
amarrados ao chão.
Cinza do que
foi orvalho,
poema é
carta fora do baralho,
milharal
pegando fogo
pelo berro
do espantalho.
(poeta
carioca nascido a 10 de Junho de 1952)
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