A viagem
definitiva
Ir-me-ei
embora. E ficarão os pássaros
Cantando.
E ficará o
meu jardim com sua árvore verde
E o seu poço
branco.
Todas as
tardes o céu será azul e plácido,
E tocarão,
como esta tarde estão tocando,
Os sinos do
campanário.
Morrerão os
que me amaram
E a aldeia
se renovará todos os anos.
E longe do
bulício distinto, surdo, raro
Do domingo
acabado,
Da
diligência das cinco, das sestas do banho,
No recanto
secreto do meu jardim florido e caiado
Meu espírito
de hoje errará nostálgico...
E ir-me-ei
embora, e serei outro, sem lar, sem árvore
Verde, sem
poço branco,
Sem céu azul
e plácido...
E os
pássaros ficarão cantando.
(poeta
andaluz falecido faz hoje 57 anos)
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