SuperEgo
Numa hora eu
quero tocar o barco pra frente
Noutra,
quero virar o barco e afogar toda a gente.
Horas eu
passo sem temer, sem rir, sem falar
Horas morro
feito cigarra, estourada de cantar
Por vezes
posso ser a Bela da Tarde
Por outras
posso ser o fantasma da Liberdade
Algumas
vezes mar sereno, sem ondas, sem espuma
Freqüentemente
ressaca, maremoto, céu de brumas
Numa hora
quero ser eterna, dura, diamante
Noutra sou
poeira, passante, sem dia nem hora,
Sem amante
sem noite e sem calmante
Só eu só
– E ainda
assim, sou mais eu.
(escritora
sergipiana que hoje faz 68 anos)
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