Minha Grande
Ternura
Minha grande
ternura
Pelos
passarinhos mortos;
Pelas
pequeninas aranhas.
Minha grande
ternura
Pelas
mulheres que foram meninas bonitas
E ficaram
mulheres feias;
Pelas
mulheres que foram desejáveis
E deixaram
de o ser.
Pelas
mulheres que me amaram
E que eu não
pude amar.
Minha grande
ternura
Pelos poemas
que
Não consegui
realizar.
Minha grande
ternura
Pelas amadas
que
Envelheceram
sem maldade.
Minha grande
ternura
Pelas gotas
de orvalho que
São o único
enfeite de um túmulo.
(poeta
pernambucano nascido a 19 de Abril de 1886)
Manuel Bandeira e a grande ternura pela mulher -sempre- ao longo da vida.
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