Abril
Havia uma
lua de prata e sangue
em cada mão.
Era Abril.
Havia um
vento
que
empurrava o nosso olhar
e um momento
de água clara a escorrer
pelo rosto
das mães cansadas.
Era Abril
que descia
aos tropeções
pelas
ladeiras da cidade.
Abril
tingindo de
perfume os hospitais
e colando um
verso branco em cada farda.
Era Abril
o mês
imprescindível que trazia
um sonho de
bagos de romã
e o ar
a saber a
framboesas.
Abril
um mês de
flores concretas
colocadas na
espoleta do desejo
flores
pesadas de seiva e cânticos azuis
um mês de
flores
um mês.
Havia barcos
a voltar
de parte
nenhuma
em Abril
e homens que
escavavam a terra
em busca da
vertical.
Ardiam as
palavras
Nesse mês
e foram
vistos
dicionários
a voar
e mulheres
que se despiam abraçando
a pele das
oliveiras.
Era Abril
que veio e que partiu.
Abril
a deixar
sementes prateadas
germinando
longamente
no olhar dos
meninos por haver.
José Fanha
ResponderEliminar~ ~ ~ Um abraço amigo. ~ ~ ~
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Fanha. Um português aqui!
ResponderEliminarAbraço
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