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terça-feira, março 24, 2015

Noite Sonora

Anoiteceu. Pelas montanhas veio
Lentamente o crepúsculo caindo ...
O céu, redondo e claro como um seio,
Ficou, de lindo que era, inda mais lindo.

O vale abriu-se em pirilampos cheio,
Luzindo aqui, e ali tremeluzindo ...
No regaço da treva, úmido e feio,
A natureza adormeceu sorrindo ...

As cigarras, na sombra, se calaram:
As árvores no bosque farfalharam
Na esperança de ouvi-las e de vê-las.

Caiu de todo a noite quieta ... Agora,
O céu parece uma árvore sonora
De cigarras cantando nas estrelas ...


(poeta pernambucano nascido faz hoje 126 anos)

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