Cantiga
Deixa-te
estar na minha vida
Como um
navio sobre o mar.
Se o vento
sopra e rasga as velas
E a noite é
gélida e comprida
E a voz ecoa
das procelas,
Deixa-te
estar na minha vida.
Se erguem as
ondas mãos de espuma
Aos céus, em
cólera incontida,
E o ar se
tolda e cresce a bruma,
Deixa-te
estar na minha vida.
À praia, um
dia, erma e esquecida,
Hei, com
amor, de te levar.
Deixa-te
estar na minha vida.
Como um
navio sobre o mar.
(poeta
madeirense nascido a 22 de Março de 1897)
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