História de
uma ideia franzina
Na aurora de
uma ideia que parte para a guerra
grisalha
ainda o engano duma esperança fútil.
frágil
segurança
como a prece
inútil, que foi rezada em fátima.
e cresce o
desengano
como um novo
anátema,
guinada
dolorosa
de um velho
quisto.
apenas um
curto momento
de piedade
de nós mesmo.
apenas um
momento a esmo,
chorando
tudo isto...
e a bandeira
a duas cores que flutua orgulho
caída na
armadilha do tempo inexorável
desbota
lentamente
enche-se de
humores,
de pus e de
aguadilha,
do veneno
delicioso do tortulho,
e balança no
alto do mastro imponente
uma dança
velha e lamentável
como a
marcha trôpega de um veterano.
no curso de
uma ideia que voltou da guerra
e esperança
empalidece,
cala-se o
choro,
vai mirrando
a prece.
fica apenas
o sóbrio desengano
que não
pontifica, não constrói
nem erra...
(escritor
angolano, falecido faz hoje 9 anos)
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