Triângulo cabalístico
Eu sei que
as túlipas
são os olhos
de todos os aviões perdidos
Eu sei que
as cidades
são os
esqueletos das aves de rapina
Eu sei que
os candeeiros ardendo de noite
são os
pulmões dos peixes-voadores
Eu sei que o
mistério
é uma
dentadura abandonada
Eu sei que a
loucura
é um braço
solitário sorrindo eternamente
Eu sei que
os meus olhos
são as tuas
pernas frementes
Eu sei que
os teus cabelos
são o meu
acendedor de pirilampos
Eu sei que a
tua boca
é o meu uivo
solar
Eu sei que o
teu peito e o teu sexo
são a minha
água profundamente azul
onde se
encontram todos os fantasmas
já perdidos
há séculos.
(Mário
Henrique Leiria nasceu faz hoje 92 anos)
Lino
ResponderEliminarCheirou-me que nesta poesia
havia a palavra "tulipa"
e vim marcar presença.
Transcrevo a resposta que deixei num dos meus blogues:
EU QUIS TERMINAR O ANO com espírito positivo daí que só podia pensar numa coisa completamente FABULOSA e LOUCA...
Acreditem que é mesmo o que eu gostaria de fazer, caso tivesse dinheiro.
LINO - é isso mesmo, já que não posso fazer, vamos sonhando!!!
XAMUAR ZÉ - O teu comentário diz tudo: "...De volta a este espaço que visito com prazer, passo para registar o optimismo e o bom gosto na fantasia em que também eu gostaria de embarcar..."
Obrigado por me compreenderes, sempre optimismo e fantasia ajudam muito, nos dias menos bons que vivemos.
E já estamos em 2015.
Um poema admirável de um grande poeta.
ResponderEliminarAbraço