Natal
O
que
a palavra
Natal
quis dizer é
o que
continua
a querer
dizer: a
celebração
dum nascimento.
A celebração
porque um
nascimento é
uma
afirmação de vida, uma
afirmação de
continuidade
de vida. O
nascimento duma criança
deveria ser
sempre ocasião para
alegria,
júbilo, confiança. Mas a palavra
Natal-nascimento,
que durante gerações
simbolizou o
renascer da esperança
da salvação,
hoje tem cada vez mais uma contrapartida
excessivamente
dramática, pois hoje,
quantas são
as crianças cujo nascimento é símbolo
de esperança
e quantas são aquelas cujo nascimento
é símbolo de
miséria, decadência, abandono? Para que
nascem as
crianças hoje? Quem as faz nascer? Porque as
fazem
nascer? Para quê as fazem nascer? Para que mundo?
Para que destino?
Para que esperança? Para que lutas? Para que
sofrimentos?
A misericórdia divina precisa do apoio dos homens.
Sejamos
instrutivos para os que fazem nascer as crianças sem saberem
porquê e
impiedosos para os que as fazem nascer para o desespero
e para o
terror. Se o culto do Natal é o culto da criança salvadora da espécie,
da sociedade
e do destino dos homens, então que se cuide da criança cuidando
do mundo
para onde ela é trazida,
para o mundo
onde ela terá de
viver, para
que ela possa ser a continuada
afirmação da
vida e da esperança.
Não se pode
celebrar o símbolo
e descurar o
seu fundamento.
Ana
Hatherly
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