Fumo
Longe de ti
são ermos os caminhos,
Longe de ti
não há luar nem rosas,
Longe de ti
há noites silenciosas,
Há dias sem
calor, beirais sem ninhos!
Meus olhos
são dois velhos pobrezinhos
Perdidos
pelas noites invernosas...
Abertos,
sonham mãos cariciosas,
Tuas mãos
doces, plenas de carinhos!
Os dias são
Outonos: choram... choram...
Há
crisântemos roxos que descoram...
Há murmúrios
dolentes de segredos...
Invoco o
nosso sonho! Estendo os braços!
E ele é, ó
meu Amor, pelos espaços,
Fumo leve
que foge entre os meus dedos!...
(Florbela
Espanca nasceu a 8 de Dezembro de 1894 e faleceu a 8 de Dezembro de 1930)
Sem comentários:
Enviar um comentário