o eterno
retorno
me lembro
bem, eu já fui um deus
daqueles que
moviam mundos e fundos
bastava rir
para ver tudo florir
mas aqueles
que eu chamava de meus
aqueles que
deveriam ter fé
foram
virando as costas
e, sem mais
nem menos, me largaram a pé
sem
perguntas e sem respostas
eu sabia que
a sensação de estar só
como tudo
nesse mundo
um belo dia,
retornaria ao pó
e assim me
tornei um vagabundo
um inútil
pária das estrelas
um monumento
ao nada que sirva
um sinônimo
de ovelha
não de
pastor ou cristo ou shiva
o mundo era
meu, estava escrito,
no entanto,
não tomei posse
e nem deixei
o bem dito pelo maldito
mas se a luz
é sombra até que se mostre
encontrei no
breu o farol da volta
a poesia me
pegou na veia
e, com mil
poetas como escolta,
voltei à
vida com a caneta cheia!
(poeta
paranaense nascido a 24 de Dezembro de 1950)
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