Serenos e
pulverizados continuamos
Aqui tens os
teus mitos tu
um dia
também terás notícias nossas
os nossos
olhos não desistem de furar o asfalto
e crescer
como flores proibidas
rastejando
entre espingardas e vidros
furamos as
paredes e o nevoeiro
rastejamos
como vermes
mas nunca à
maneira dos desesperados
um dia terás
notícias nossas
podes
pulverizar-nos
é quase
certo que nos pulverizes
podes
odiar-nos
é quase
certo que nos odeias
podes
destruir-nos
é
indiscutível que seremos destruídos
mas um dia
terás notícias nossas
porque
através das paredes e do mar
e do vidro e
da dinamite e do ódio
nós
continuamos
serenos e
pulverizados continuamos.
(escritora
salaciense nascida a 19 de Setembro de 1935)
É preciso continuar sempre.
ResponderEliminarAbraço