Solidão
Vago aroma
de esteva, ao mesmo tempo ardente e virgem,
E este
murmúrio doce da folhagem,
São o falar
do mato, na estiagem,
Segredando
os mistérios da origem.
Calma
profunda, doce, resignada...
A vida não é
mais do que o viver
Da paisagem
nostálgica e pasmada.
A solidão
tem dedos de veludo,
De frementes
afagos delicados.
- Bendita
solidão, que beijas tudo,
Onde andarão
meus sonhos desvairados?!...
Nestes
montados, Que purificação me invade a alma!
Como entra,
em mim, toda a serenidade
Dos
ermitões, orando na paisagem!
Nesta
paisagem,
Calma,
calma, calma,
Como a
Eternidade.
(poeta
portuense nascido a 26 de Julho de 1905)
De veludo, a solidão é melhor do que a multidão.
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