A Casa do
Mundo
Aquilo que
às vezes parece
um sinal no
rosto
é a casa do
mundo
é um armário
poderoso
com tecidos
sanguíneos guardados
e a sua
tribo de portas sensíveis.
Cheira a
teias eróticas. Arca delirante
arca sobre o
cheiro a mar de amar.
Mar fresco.
Muros romanos. Toda a música.
O corredor
lembra uma corda suspensa entre
os Pirinéus,
as janelas entre faces gregas.
Janelas que
cheiram ao ar de fora
à núpcia do
ar com a casa ardente.
Luzindo
cheguei à porta.
Interrompo
os objetos de família, atiro-lhes
a porta.
Acendo os
interruptores, acendo a interrupção,
as novas
paisagens têm cabeça, a luz
é uma
pintura clara, mais claramente lembro:
uma porta,
um armário, aquela casa.
Um espelho
verde de face oval
é que parece
uma lata de conservas dilatada
com um
tubarão a revirar-se no estômago
no fígado,
nos rins, nos tecidos sanguíneos.
É a casa do
mundo:
desaparece
em seguida.
(Luiza Neto
Jorge nasceu faz hoje 75 anos)
Sem comentários:
Enviar um comentário