Apontamento
Para onde
marcha o mundo? O que vai ser
Do pobre que
nasceu para servir?
- Trocaram o
sorriso pela espada
E é latente
a volúpia de agredir!
O que é que
os homens querem mais ainda
Além da sua
vil mediocridade?
Incêndios,
sangue, - ó cegos visionários
Sem alma e
sem noção da realidade!
Tambores e
metralhas e clarins
Num cântico
sinistro, sem beleza,
- Embora a
vida seja o hálito da morte,
Uma ilusão
de límpida saudade, -
Deixai
supor, deixai-vos iludir
De que para
viver
Não é
preciso matar
(poeta
abrantino falecido faz hoje 55 anos)
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