O Vivo
Não queiras
ser mais vivo do que és morto.
As
sempre-vivas morrem diariamente
Pisadas por
teus pés enquanto nasces.
Não queiras
ser mais morto do que és vivo.
As
mortas-vivas rompem as mortalhas
Miram-se
umas nas outras e retornam
(Seus
cabelos azuis, como arrastam o vento!)
Para amassar
o pão da própria carne.
Ó vivo-morto
que escarnecem as paredes,
Queres ouvir
e falas.
Queres
morrer e dormes.
Há muito que
as espadas
Te
atravessando lentamente lado a lado
Partiram tua
voz. Sorris.
Queres
morrer e morres.
(poeta
paulista que hoje faz 83 anos)
Sem comentários:
Enviar um comentário