Imemorial
Não fui quem
sou, quando nasci.
Nem sou quem
sou, quando amo.
Nem quando
sofro.
Porque
coexisto. Porque a angústia
é uma
herança.
Só me
aproximo de mim mesmo
quando fujo,
atravesso a
fronteira,
ou me
defendo, ou fico triste.
Ou quando
sinto a rosa
secreta e
quente da vergonha
subir-me à
face.
O mar me
bate à porta,
como um
grito da origem.
Mas como
descobrir
a onda
imemorial que me trouxe?
(poeta
brasileiro falecido faz hoje 40 anos)
Um poema que nunca chega a encontrar-se.
ResponderEliminarAbraço