Em louvor do
fogo
Um dia chega
de extrema
doçura:
tudo arde
Arde a luz
nos vidros
da ternura.
As aves
no branco
labirinto da
cal.
As palavras
ardem,
a púrpura
das naves.
O vento,
onde tenho
casa
à beira do
outono.
O limoeiro,
as colinas.
Tudo arde
na extrema e
lenta
doçura da
tarde.
(Eugénio de
Andrade nasceu faz hoje 91 anos)
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