Elegia
Criaram
flores de existência efêmera,
criaram
noites e auroras nos caminhos,
aquários
musicais para a canção
e estátuas
para a vida e para a morte.
Criaram o
teto do céu que sustentamos
em colunas
de estrelas e de mares
e os rios
que afagamos, derramando
a poesia da
vida em nossas mãos.
E criaram
também rios insones
que as
nossas mãos jamais hão de acolher:
criaram
faces com sulcos para as lágrimas,
pois havia
corações para sofrer.
Mas sob o
teto do céu que sustentamos
nós somos
flores de existência efêmera
e – estátuas
para a vida e para a morte –
nos deram
olhos humanos para o pranto!
(poeta
sergipiano que hoje faz 95 anos)
Mesmo quando choram as flores têm beleza.
ResponderEliminarAbraço