Intimidade
não se trata
de uma sede ser capaz de fazer evaporar
um oceano
ou de uma
mentira poder ter absoluta razão, ou que
envaidece a
abstracção na oxidação do cansaço estético.
e mesmo que
não saibamos de que se trata,
sempre
diremos que não consiste a fotografia deste momento
em inevitar
a obliteração dos exemplos, de uma
consciência
que extravia
colégios de
identidade, palácios de consolação, relógios
casuais que
dão forma aos pormenores do tempo.
encontramo-nos
na orla do círculo, na superfície do branco
após o negro
que o percorre e mutila como a
invenção que
brota ou o poema que transnomina no ventre
e cujos
versos mudam de lugar em caso de fogo
e natureza
intacta.
sabemos
apenas que o presente
é uma
prótese do passado, e talvez isso chegue
para que
devamos fechar os olhos, contornar os nossos
corpos sem
uma só morte sobrevivente, e deixar que
o momento
prossiga em completo vazio.
Sylvia Beirute
(poetisa
farense que hoje faz 29 anos)
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