Corridinho
O amor quer abraçar e não pode.
A multidão
em volta,
com seus
olhos cediços,
põe caco de
vidro no muro
para o amor
desistir.
O amor usa o
correio,
o correio
trapaceia,
a carta não
chega,
o amor fica
sem saber se é ou não é.
O amor pega
o cavalo,
desembarca
do trem,
chega na
porta cansado
de tanto
caminhar a pé.
Fala a
palavra açucena
pede água,
bebe café,
dorme na sua
presença,
chupa bala
de hortelã.
Tudo manha,
truque, engenho:
é descuidar,
o amor te pega,
te come, te
molha todo.
Mas água o
amor não é.
(poetisa
mineira que hoje faz 78 anos)
Sem comentários:
Enviar um comentário