O REGO
Queriam
canalizar
as águas pro
monjolo
mas o que
abriram foi um rego de céu
Agora
a manhã
fugiu do céu
e veio morar
dentro do açude.
De tarde
o céu
entorna o crepúsculo no açude,
cujo
silêncio paralítico
os sapos
espetam
com
canafístulas de gluglus.
As estrelas
lavam roupa de luz
nos
espraiados.
Já houve até
quem visse anjos
- muitos
anos - voando
nas asas dos
pirilampos.
Foi desse
jeito
que os
homens escravizaram um retalho de céu,
amarrando-o
ao rabo do monjolo.
(escritor
goiano nascido faz hoje 98 anos)
Interessante poema este, de um autor que desconhecia...
ResponderEliminarAbraços
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