Soneto das
imagens interiores
Mistério das
imagens interiores.
Imersas
nestes mares de abandono
as sementes
de fogo geram flores:
rosas de pó
nas lâminas do outono.
Transfigurada,
a fria luz de sono
vela de
cinza a face dos pastores,
e os súditos
do tempo, e os reis sem trono,
sob o mudo
legado de outras dores.
Na áspera
latitude um rio corre
branco de
eternidade. As nebulosas
vão-se
formando, enquanto o sonho morre.
Há pássaros
absortos na obcecada
cisma da
solidão; e mãos ansiosas
abrem portas
de sombra para o nada.
(poeta pernambucano
falecido faz hoje 7 anos)
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