Quando eu
morrer
Quando eu
morrer em véspera tranqüila,
Num
pôr-do-sol de goivos e saudade,
Da velha
igreja, que a Madona asila,
O sino
grande a soluçar Trindade;
Quando o
tufão do mal que me aniquila
Soprar
minh´alma para a Eternidade,
Todas as
flores dos jardins da vila,
Certo, eu
terei da tua caridade.
E, já na
sombra amiga do cipreste,
Há de haver
uma lágrima piedosa,
A edênica
gota, a pérola celeste,
Para quem
desfolhou, terno, e as mãos cheias,
O lírio, o
bogari, o cravo e a rosa
Pelas
estradas brancas das aldeias.
(poeta
carioca falecido a 18 de Setembro de 1916)
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