Canção do
lago secando
Pela noite
da minha trágica aventura,
Meu
sofrimento é o achado que afago,
Se acordado,
sofrendo,
E se a
dormir, sonhando
Que sou
lago.
Adeus, ó
canas, cá me vou secando!
À míngua de
nascente eu parto evaporado
Sem me ver
partir!
Ainda se os
que passam pudessem beber-me
Sem tornarem
a passar
Pra
maldizer-me...
Ainda se a
menina reclinada à minha beira,
Que tanto e
tanto me seduz ainda,
Viesse
banhar-se
E depois se
afogasse em mim, violada e linda...
Ainda se eu,
Profundo e
vasto e longo,
Pudesse ter
no mapa mancha azul e portos
E ser útil à
navegação...
Finando-me
abriria a justa e verdadeira causa
À minha sede
e à minha direcção.
(poeta
ansianense falecido faz hoje 74 anos)
Conhecia o nome do escritor, mas nunca lera este excelente poema.
ResponderEliminarUm abraço, meu amigo.
adorei
ResponderEliminarBjinhos
Paula