Detestei
sempre os arquitectos de infinito:
como é feio
fugir quando nos espera a vida!
Nunca tive
saudades do futuro
e o passado…
o passado vivi-o, que fazer?!
- e não
gosto que me ordenem venerá-los
se eu todo
não basto a encher este presente.
Não tenho
remorsos do passado. O que vivi, vivi
Tenho,
talvez, desprezo
por esta
débil haste que raramente soube
merecer os
dons da vida,
e se ficava
hesitante
na hora de
passar da imaginação à vida.
As pazadas
de terra cobrindo o que já fui
sabem mal,
às vezes; noutros dias
deliro
quando lanço à vala um desses seres tristonhos
que outrora
fui, sem querer
(poeta
portuense nascido faz hoje 105 anos)
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